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Tratmento

Tratamento 

    O tratamento é importante de modo que a depressão não se prolongue e se agrave. Se os sintomas não forem reconhecidos como fazendo parte de uma doença, a avaliação negativa feita pelos outros tenderá a acentuar a fraca imagem pessoal, e a reduzida autoestima.

A terapêutica é fundamental para um melhor prognóstico do indivíduo. Quanto maior o tempo de duração do episódio depressivo, menor a probabilidade de regressão. Quanto maior o número de recaídas, pior o prognóstico.

     Apenas cerca de um terço dos indivíduos com perturbação depressiva procura tratamento no primeiro ano, sendo que em média ronda os 4 anos. Ou seja, grandes percentagens dos doentes aguardam demasiado tempo até à procura de auxílio (Programa Nacional para a Saúde Mental, 2013).

   Existem diversos tratamentos possíveis para a depressão, incluindo a farmacoterapia, a psicoterapia, internamento e eletroconvulsoterapia, que deverão ser prescritos pelo médico de forma individualizada, devendo estes serem adequados à situação clínica do doente. De um modo geral, são tratamentos que devem ser prolongados, de modo a serem eficazes. O suporte familiar e social é um complemento importante do tratamento selecionado pelo médico.

FARMACOTERAPIA

   A farmacoterapia é a ciência que estuda o uso de determinados medicamentos e fármacos para prevenir uma condição de saúde e\ou tratar uma doença já instalada.

   Os fármacos mais utilizados no tratamento de sintomas depressivos são chamados de inibidores seletivos de recaptação de serotonina, moduladores da serotonina, inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina, inibidores de recaptação de dopamina e noradrenalina, antidepressivos heterocíclicos, inibidores da monoaminoxidase, antidepressivos melatonérgicos e fármacos do tipo cetamina. 

Incluímos na farmacoterapia:

   Os antidepressivos são medicamentos cuja ação decorre no Sistema Nervoso Central, normalizando o estado do humor, quando se encontra deprimido. O que equivale para o doente com tristeza, angústia, desinteresse, desmotivação, falta de energia, alterações do sono, do apetite e muitos outros sintomas. Os medicamentos antidepressivos não atuam quando o estado do humor é normal, distinguindo-se dos psicoestimulantes.

   Estes fármacos atuam no cérebro, modificando e corrigindo a transmissão neuroquímica em áreas do Sistema Nervoso, que regulam o estado do humor (o nível da vitalidade, energia, interesse, emoções e a variação entre alegria e tristeza), quando o humor está afetado negativamente num grau significativo.

   Há doentes que terão de tomar a medicação por um período prolongado (pelo menos 6 meses) ou mesmo indeterminado para evitar as crises depressivas. Nestes casos, o medicamento antidepressivo é preventivo da recorrência das crises depressivas.

   Os antipsicóticos caracterizam-se pela ação psicotrópica, com efeitos sedativos e psicomotores. Os remédios antipsicóticos bloqueiam a ação de neurotransmissores, tais como, a dopamina, que, quando presentes em excesso, provocam os sintomas psicóticos.  Essa descrição do bloqueio feito pelos antipsicóticos é algo bem geral, sendo que cada droga tem o seu próprio perfil de ação. Existem medicamentos que bloqueiam de forma mais potente recetores dopaminérgicos, enquanto outros o fazem com os recetores serotoninérgicos. Por isso, além de se constituírem como os fármacos preferencialmente usados no tratamento sintomático das psicoses, principalmente a esquizofrenia. Também são utilizados como anestésicos e em outros distúrbios psíquicos, tais como em casos de depressões graves com sintomas psicóticos.

Eletroconvulsoterapia

    A eletroconvulsoterapia, conhecida popularmente por terapia de ECT (eletrochoque), é um tipo de tratamento que provoca alterações na atividade elétrica do cérebro, regulando os níveis dos neurotransmissores serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato. Por regular esses neurotransmissores, é uma terapia que pode ser usada em alguns casos mais graves de depressão: esquizofrenia e outros distúrbios psicológicos.

   Esse tipo de tratamento é feito quando a pessoa possui tendência suicida, quando o tratamento com medicamentos não é eficaz, ou resulta em muitos efeitos colaterais, assim como, quando a pessoa possui sintomas psicóticos graves. A ECT é um método bastante eficiente e seguro, já que a estimulação cerebral é feita com o paciente sob anestesia geral, e as convulsões geradas no procedimento só são percebidas no equipamento, não havendo qualquer risco para a pessoa.

  A terapia com eletrochoque também pode ser feita quando o tratamento com medicamentos não é recomendado, o que acontece principalmente no caso de gestantes, mulheres em fase de amamentação, ou idosos.

    Apesar de ter bons resultados, a eletroconvulsoterapia não promove a cura da doença, mas reduz consideravelmente os sintomas, devendo ser realizada de forma periódica de acordo com a recomendação do psiquiatra.

Psicoterapia

  A Psicoterapia é um método que utiliza técnicas psicológicas para mudar comportamentos, sentimentos ou pensamentos que afetam o nosso equilíbrio emocional.

      É um tratamento que se tem mostrado muito eficaz e que permite tratar perturbações emocionais, como a depressão, a ansiedade e os ataques de pânico, sem medicação.

É essencial para todos os tipos de pacientes depressivos, pois tem como objetivo trabalhar as causas emocionais, que desencadearam o transtorno. Ao longo das sessões, o paciente será estimulado a refletir sobre a raiz de suas angústias e medos, e exercitar o autoconhecimento de maneira profunda.

    Os psicoterapeutas trabalham com os pacientes de forma a promover as mudanças necessárias a uma verdadeira recuperação emocional, aumentando o seu nível de assertividade, autonomia e confiança no futuro.

Internamento

   Um utente é internado quando necessita de cuidados especializados. Os utentes depressivos só serão internados em casos extremos, e com recomendação médica. Estabilizando-os através de farmacoterapia, terapia, entre outros.

       A opção pelo internamento é tomada se for considerada necessária após observação por um médico psiquiatra, no serviço de urgência, ou em consulta programada, pressupondo sempre a constatação de que o tratamento ambulatório seja insuficiente ou inadequado.

      O internamento psiquiátrico é constituído por uma equipa multidisciplinar composta por psiquiatras, enfermeiros especializados em saúde mental, psicólogos, médicos de medicina interna, neurologistas, fisiatrias, terapeutas ocupacionais, animadores socioculturais, terapeutas da fala e nutricionistas. A equipa multidisciplinar pode assegurar uma forma de avaliação que permite uma compreensão holística, e um tratamento personalizado  orientado para as várias dimensões da pessoa.

    Os internamentos podem ter vários objetivos, nomeadamente a possibilidade de uma curta intervenção em crise, de internamentos para compensação e tratamento integral de doenças psiquiátricas agudas e crónicas, de longa duração, e de internamentos para descanso dos cuidadores.

      O internamento incentiva a inclusão das pessoas com patologia depressiva na sociedade, promovendo que o mesmo realize tarefas diárias, participação nas atividades, entre outros.

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